Antes de coemçar, uma pequena arrumação da casa. Depois de ouvir vocês, a maioria das pessoas que responderam à pesquisa feita da última sexta disse que prefere esse novo formato da Ladrilho Hidráulico para curtir em casa. Então vamos seguir assim. Nesta semana rola a de séries, depois tem a de música, a de filmes e a de livros. E aí começa o ciclo novamente. Obrigado a todos que responderam.
O Dia do Chacal (Disney+)
Fui um adolescente nos anos 1980. E a ideia original de uma revolucionário de extrema-esquerda nessa época em que a ditadura brasileira nos estertores e o mundo vivendo a tensão constante da Guerra Fria era super sedutora. Ele estava, direta ou indiretamente ligado a dois livros que eu, jovem leitor ainda, estava curtindo. Livros, claro, de suspense político.
O primeiro era o Dia do Chacal, de Frederick Fortsyth, que virou filme em 1973. A trama era a tentativa de assassinato do presidente francês Charles DeGaulle, inspirada em um episódio real de 1963, quando o carro de De Gaulle foi metralhado por Jean Bastien-Thiry, um funcionário publico insatisfeito com a perda de seu cargo na Argélia.
A relação aqui é clara. O revolucionário Ilich Ramírez Sánchez ficou conhecido como Carlos, o Chacal, porque após o assassinato de dois policiais foi encontrada no quarto de hotel usado por ele uma cópia do livro de Forsyth.
O segundo era A Identidade Bourne. Bem antes de virar uma franquia cinematográfica, o original era um livro de suspense escrito por Robert Ludlum e lançado em 1980. Carlos, o Chacal era o principal personagem. Infelizmente, essa história se perde quando rola a refilmagem da história em 2002, e o vilão passa a ser mais difuso, uma grande corporação com contratos militares expúrios.
Ao que leva à série da Disney. Assim como acontece com A Identidade Bourne, o Chacal de hoje pouco tem a ver com o fantasma do terrorismo internacional. Embora o tema do voraz capitalismo tecnológico seja subjacente, de ideologia mesmo, só o dinheiro.
Na versão atual, o Chacal é um franco-atirador de elite que comete assassinatos a quem pagar mais. Toda a série se desenvolve entre o fim de um trabalho e a encomenda de um novo assassinato, de um magnata da tecnologia que promete lançar uma aplicação revolucionária que deixaria as transações financeiras transparentes. Daí a necessidade de matá-lo antes que o app vá ao ar.
Em paralelo, uma agente do MI6 desconfia que o assassino seja inglês e epreende uma caçada internacional, mas sempre conm desconiança de que haja quem sabote a operação de dentro da agência.
Como thriller, começa bem, com um ritmo bem acelerado, semelhante aos filmes de ação de hoje. No meio da série, o rítimo arrefece, a história perde força, tem todo um episódio bastante digressivo, até ela encaminhar para o desfecho. Na verdade, a série me ganhou justamente por esse movimento narrativo que tem side criticado. Ao dar esse passo atrás e aprofundar um pouco das motivações do personagem principal, cria uma camada mais interessante do que a combinação acelerada de doses de adrenalina e dopamina.
Não são ecxatamente os chacais que povoaram meu imaginário de adolescente, mas eu curti o arco todo da série.
Pode me julgar
Beast Games (Prime Video)
A cara de decepção da minha namorada ao me pegar assistindo esse reality mega tosco deu o tom de o quanto eu posso descer em busca de um entretenimento para "tirar eu de eu", frase que amo de José, protagonista de Zero, a obra-prima do Ignácio de Loylola Brandão. Esse reality é um topa tudo por dinheiro turbinado, e é excelente para perder a pouca fé que resta na humanidade.
Atemporal
Família Soprano (Max)
Criada por David Chase, no tempo em que a TV mandava, a série foi ao ar pela HBO de 1999 a 2007. Para mim, uma das melhores história de máfia já filmadas, a série segue a vida de Tony Soprano, um mafioso ítalo-americano de Nova Jersey. A trama explora os desafios de Tony em equilibrar sua vida familiar com seu papel como líder de uma organização criminosa. James Gandolfini está brilhante no papel principal, e o roteiro é cheio de complexidades.
Lançamentos
Netflix: O Agente Noturno, Bandidagem, Black Doves, Cem Anos de Solidão, Cobra Kai, Doces Magnolias, Parenthood, Perfil Falso, Que Falta Você Me Faz, Recruta, Round 6, Sintonia,Vinagre de Maça e Virgin River.
Prime Video: Melou, Mistério no Mar, Newtopia, Nível Secreto e On Call.
Max: Brookie, E Agora?, A Fronteira Oriental, Hysteria!, O Imperador de Ocean Park, Opus Dei, A Face Oculta da Fé, The Pitt, A Queda de P. Diddy e Whisting.
AppleTV+: Alvo Primário, Love You to Death, Mysthic Quest, Ruptura e Silo.
Disney+: Light Shop: Entre a Vida e a Morte, Magal & Magali, Não Diga Nada, O Rastreador e Star Wars: Skeleton Crew.
Globoplay: Cosme & Damião - Quase Santos.
Paramount+: A Agência, Dexter - Pecado Original, Helipa – Um Autorretrato, Landman, Lioness, Star Trek: Lower Decks e Zorro.
Sofá amigo
Convidei a Hilane Tawil, minha companheira de Meio, para escrever sobre uma série recente que tenha gostado.
Only Murders in the Building (Disney+)
Perspicaz, original e divertida. Essa combinação de fatores que rendeu a Only Murders in the Building quatro prêmios no Emmy e uma média de 90% de aprovação do público no Rotten Tomatoes, se sustenta brilhantemente na quarta temporada.
Estrelada por Selena Gomez (Mabel), Martin Short (Oliver) e Steve Martin (Charles), os novos episódios trazem à tona, de um jeito leve e descontraído, mais camadas individuais do passado dos personagens, suas vivências, receios e anseios.
Além do trio de podcasters de crimes reais e de mais um mistério a ser resolvido, Eva Longoria, Zach Galifianakis e Eugene Levy abrilhantam ainda mais a trama nas versões cinematográficas de Mabel, Oliver e Charles.
É para rir, maratonar com os olhos vidrados nas pistas — que não param de surgir enquanto eles tentam desvendar mais um crime —, e se deliciar com as excentricidades e apoio mútuo dos amigos mais improváveis de Nova York.