De sexta a domingo, tem nova edição do Mimo Festival, com música, cinema, workshops e poesia. Neste ano, o festival se espalha pela cidade. Vai da Arena B3, no Centro Histórico, ao Parque Villa-Lobos, passando pelo Masp e pelo CCSP. Rola muita coisa bacana, mas eu não perderia o português Manuel de Oliveira na sexta na Arena B3 e a programação no Villa-Lobos que, no sábado, tem como destaque Arnaldo Antunes + Vitor Araújo, Lakecia Benjamin e um DJ set do Don Letts (foto) e, no domingo, Paulinho da Viola e Lucinha Turnbull. Nesta semana que perdemos Rita Lee (ainda estou chorando muito) ver sua amiga, que estava lá no começos dos Mutantes, vai ser emocionante. O melhor: é de graça.
Além do Mimo, a IV Feira Nacional da Reforma Agrária, do MST, traz uma programação incrível de shows gratuitos ao Parque da Água Branca, de sexta a domingo, com destaque para Lirinha, Zeca Baleiro, Alessandra Leão, Gaby Amarantos, Lenine, Chico César, Alzira E, Tulipa Ruiz e Liniker.
Para sair de casa
Começo pelos clássicos. Hoje na Praça das Artes, o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo toca Beethoven. Já no Theatro Municipal estreia na sexta uma nova montagem da ópera Il Guarany - O Guarani, de Carlos Gomes, desta vez com concepção de Ailton Krenak, direção artística e cenografia de Denilson Baniwa. A montagem traz, além da Orquestra do Sinfônica Municipal e do Coro Lírico Municipal, a Orquestra e Coro Guarani do Jaraguá Kyre’y Kuery. Aa apresentações vão até domingo, além da terça e da quarta.
Ainda no clima de ópera, só que um pouco mais moderna, a partir de hoje no Theatro São Pedro, serão montadas duas obras de Kurt Weil em sessão dupla: Aquele que Diz Sim/ O Voo Através do Oceano, com direção musical de Ira Levin e direção cênica de Alexandre Dal Farra. Vai até domingo.
E a música lírica está mesmo em alta nesta semana. Na Sala São Paulo, a Osesp reúne seu Coro, o Coro Acadêmico e o Coro Infantil para apresentar A Danação de Fausto, de Berlioz, com a mezzo soprano Karina Demurova, o tenor Valentin Dittuk e os barítonos Roderick Williams e Erick Souza. A regência é de Thierry Fischer. Já no Sesc Vila Mariana, no sábado haverá a apresentação do Quinteto Olympéa, formado só por mulheres.
Hoje tem Adriana Calcanhoto no show Gal: Coisas Sagradas Permanecem, no Tokyo Marine Hall. E Mc Soffia no Mundo Pensante. Sexta, no Bananal rola a quarta Rotunda, com Coletivo Coletores e som de Raiane Sinatra, Ian Wapichana e Liev. E no sábado de tarde rola samba por lá com Fruto de Macombé.
Na sexta também tem Baco Exu do Blues no Espaço Unimed. E a casa de shows recebe Ney Matogrosso no fim de semana. Já na Casa de Francisca, sexta tem show do casal Vanessa Moreno e Salomão Soares. E, no Cineclube Cortina, na sexta e no sábado rola Maglore. E, de sexta a domingo, tem Craca Beat no CCSP.
No sábado, a Jazz Sinfônica recebe Tom Zé e Lívia Nestrovski na Sala São Paulo, Bluebell e Petit Comité tocam Ella & Louis no Bona, no Blue Note tem Marina Lima e, no Mundo Pensante, A Espetacular Charanga do França.
Na Casa Natura Musical, três shows bons nesta semana: Áurea Martins hoje, Jup do Bairro e Irmãs de Pau amanhã e Flora Matos no sábado.
No mundo Sesc, a Música Eletrônica Brasileira ocupa o Carmo a partir de hoje com palestras, shows e DJ sets de artistas como VHOOR, CESRV, Beat Femme e Badsista.
Hoje tem Fabriccio no Vila Mariana e homenagem a Paulo Moura com Daniela Spielmann, Alê Ribeiro e Caetano Brasil no Pompéia. Amanhã rola Inocentes no Bom Retiro, o português Valter Lobo no 24 de Maio, Mestrinho convida Trio Mana Flor no Belenzinho e Velha Guarda da Vai-Vai fazendo sambas de Geraldo Filme no Pompéia.
No sábado tem Rincón Sapiência no Santo André, Bruno Capinan no Santo Amaro e Mestrinho convida Janayna Pereira no Belenzinho. Sábado e domingo Filipe Catto faz show no Bom Retiro. E no domingo tem Orquestra Brasileira de Música Jamaicana no 24 de Maio e José Miguel Wisnik no Vila Mariana. Já o Instrumental Sesc Brasil recebe o icônico Grupo Pau Brasil na terça no Consolação.
Pra quem é de pista, sexta tem Giu Nunez com Akin Dekard botando som no Miúda e, na Casa da Luz, uma festa pop nova: Dopamina. Sábado tem Encontrão na Fiel Discos, Clubbinho no Bar Alto, Calefação Tropicaos na Tokyo e Pista Quente no Lote. E, pra quem quiser fugir do almoço de dia das mães, tem Pedras Preciosas de tarde na Balsa.
Indo para a dança, a partir de amanhã Deborah Coker leva seu Cão Sem Plumas para o Sérgio Cardoso, com apresentações de quarta a sábado até dia 21. Já na Funarte, fica em cartaz aos finais de semana até dia 28 Transe em Trópicos, do Núcleo Cinematográfico de Dança.
Já no teatro, volta a ser encenado no Teatro Reinassance o monólogo Alma Despejada, com Irene Ravache e direção de Elias Andreato. Já no Tuca, rola uma adaptação de Misery, de Stephen King, com Mel Lisboa, Marcello Airoldi e Alexandre Galindo. E, no Sesc Pinheiros, fica em cartaz até 3 de junho, de quinta a sábado, a peça Sobrevivente, com Nena Inoue e Pedro Inoue e direção de Henrique Fontes.
No sábado e no domingo, no Sesc Consolação, acontece a mostra literária o Livr(o), Livr(e), Livr(a), com uma programação variada para experimentar a literatura contemporânea diversa e periférica.
Hoje vou terminar esse giro com as exposições. Dica da ótimo Guia Paulicéia que saiu hoje: a exposição sobre o cineasta russo Serguei Eisenstein está em cartaz no Centro Cultural Fiesp. No IMS, fica em cartaz até setembro a exposição Iole de Freitas, 1970, com fotografias e filmes de quando a artista viveu em Milão. Passando pela Paulista, vale andar pela avenida desfrutando da Exposição da Paulista, com obras contemporâneas curadas por Baixo Ribeiro, da Choque Cultural. E, como domingo é dia das mães, uma boa é visitar a exposição coletiva Mães no Imaginário da Arte, com curadoria de Claudinei Roberto da Silva, em cartaz a partir de sábado no Museu Afro Brasil Emanoel Araújo.
Discos
Coração Bifurcado, Jards Macalé (Biscoito Fino)
Mais um disco novo do genial Jards Macalé é para celebrar. Assim como em Besta Fera, o álbum tem direção artística de Romulo Fróes. O novo disco traz uma leva de canções em grande medida compostas durante a pandemia. Existe nesse conjunto de canções uma pulsão de amor e de morte, levemente puxadas para o lado das paixões pela vida, reveladas em letras de Capinan, Ronaldo Bastos, além dos "jovens” Clima, Kiko Dinucci, Rodrigo Campos e o próprio Romulo. Vale um destaque para a participação de três grandes cantoras: Bethânia em Mistérios do Nosso Amor, Ná Ozzetti em Simples Assim, além do resgate da gravação de 66 de Nara Leão em Amo Tanto.
MÊIKE RÁS FÂN, Lirinha (independente)
O terceiro disco solo de Lirinha, como era de se esperar, mescla música e poesia. As canções gravitam em torno da uma estação cósmica fictícia que nomeia o álbum, bebem na rádio arte e transbordam amor. Um destaque são os muitos duetos, com Gabi da Pele Preta, Nash Laila, Lana Balisa, Iara Rennó e Sofia Freire. E esse é só o primeiro ato, o segundo vem logo mais na forma de podcast.
Arte Bruta, Bike (Before Sunrise Records/Quadrado Mágico)
Das novas bandas de rock psicodélico, Bike é das minhas preferidas. Sim, tem momentos que parece que a gente voltou para 1967, mas esse é um lugar de conforto que me faz bem, não importa que eu chegue a ele através de sons novos ou antigos. E, nesse disco com produção do Guilherme Held, o que se vê é uma banda madura, explorando esses universos se conectam tanto por meio do instrumental multissensorial ou através das letra que cruzam diferentes planos.
Transes, ÀIYÉ (Balaclava Records)
Eu gosto muito de como Larissa Conforto olha para a música e, quando usa a pele de ÀIYÉ, parece que se destrava para navegar pelos mais diferentes ritmos brasileiros sem muita preocupação de revisitar paixões e entrar em terrenos (seriam terreiros?) conhecidos. Só que ela traz todas essas referências do passado para dialogar com o presente. E quando coloca a religiosidade afro no caldeirão, esse diálogo consegue nos levar para um lugar de tempo em suspensão, um transe mesmo.
Livros
Viagem ao Nordeste Brasileiro 1928-29, Álbum de Fotografias, Mário de Andrade (independente)
Organizado e editado de forma independente por Luiz Bargmann, o livro traz 25 fotografias originais tiradas por Mário de Andrade, selecionadas e ordenadas por ele. Além das imagens, o livro traz trechos de crônicas publicadas na coluna O Turista Aprendiz do Diário Nacional, além de imagens da viagem que realizou para pesquisar a cultura do Nordeste.
Mil Placebos, Matheus Borges (Uboro Lopes)
Estreia do escritor gaúcho mescla romance noir com ficção científica e discute a influência da internet nas relações afetivas. Como ele próprio define, é “um thriller paranoico, um mistério repleto de pistas falsas, um suspense ciber-messiânico.”
Filmes
Sem Ursos, Jafar Panahi (cinemas)
Novo filme do diretor iraniano que está preso desde o ano passado, filmado na fronteira com a Turquia, depois de ele ser impedido fazer filmes pelo governo do Irã desde 2010. Vencedor do Prêmio Especial do Júri em Veneza, o filme conta duas histórias de amor paralelas. É um filme de amor, mas que discute também política e religiosidade, além do próprio fazer cinematográfico reprimido.
Olha para Elas, Tatiana Sager e Renato Dornelles (cinemas)
O documentário aborda a questão do encarceramento feminino e para a difícil realidade das mães afastadas de seus filhos pelo Estado através da história de cinco mulheres: Adelaide, Tatiana, Tatiane, Naiane e Roselaine.
Séries
Citadel (Prime Vídeo)
Nova série de espionagem do Prime, com episódios lançados a cada quinta feira. Aqui, a história é um pouco diferente, pois em vez de governos, a Citadel é uma agência de espionagem independente, que quer frear os abusos dos Estados.
A Nova Vida de Toby (Star+)
Dica que também está hoje na ótima newsletter MargeM, do Thiago Ney, essa série sobre relacionamentos modernos conta a história de um pai que é abandonado pela mulher e tenta tocar a vida com dois filhos.