Polaridade sonoras opostas, mas muito bem-vindas neste fim de semana. Na sexta e no sábado rola uma nova edição do Index Festival, desta vez no Entr3posto. Index mistura música experimental, arte sonora e performance. Neste ano, serão 35 artistas em 17 performances distribuídas nos dois dias. É uma programação para quem quer se entregar ao risco. Gostaria de ver tudo, mas vou selecionar três que não perderia: os argentinos Morita Vargas + Javier Bustos, o duo (I)MISCÍVEL expandido com Inés Terra e Marcelo Cabral e Romulo Alexis (na foto de Julio Kohl)+ Nanati Francischini. Já no sábado no Jardim Botânico, rola a edição paulistana do MECA, que vem com um certo caô publicitário de experiência, mas tem shows e papos legais: eu encararia fácil Tulipa Ruiz, Luiza Lian, Chico Chico e Kae Guajajara num pique bucólico.
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Para sair de casa
Bom, no rolê shows hoje tem Fernê + Madrugada no Picles, Filipe Catto na Casa Natura Musical, Midra no FFFront, Norvana + Meta Golova no Bar Alto e Skafandros Orkestra no CCSP. Amanhã rola Carlos Careqa no Sesc Belenzinho, Gabriel Thomaz, Subalternos e Lost Liers na Associação Cultural Cecília, Samuca e a Selva no Mundo Pensante, Skydown no Porta e Tássia Reis canta Alcione no Sesc Pinheiros, além de Letrux e Thiago Vivas na Casa de Francisca, tá esgotado mas tem lista de espera.
Sexta e sábado tem Fabiana Cozza no Sesc Vila Mariana, Grupo Rumo no Sesc Carmo, Lecy Brandão no Sesc Pompeia. No sábado rola Febem na Casa Rockambole, Francisco El Hombre na Casa Natura Musical, Melanina Jazz no Estúdio Lâmina, Metá Metá no Sesc Belenzinho, MPB4 canta Milton no Blue Note, Orquestra Brasileira de Música Jamaicana no CCSP, Paulinho da Viola no Espaço Unimed e Péricles no Tokio Marine Hall.
No sábado e no domingo rola Anelis Assumpção no Sesc 24 de Maio e Lupe de Lupe no Sesc Santana. Já no domingo, Antonio Nóbegra no Sesc Pinheiros, A Barca no Sesc Bom Retiro, Del Rey no Sesc Vila Mariana, Língua de Trapo convida Carlos Careqa no Sesc Guarulhos, Maciel Salu no Bona e Nill na Casa Natura Musical.
Na segunda tem Lara e Mestrinho no Bona, na terça, Vinicius Chagas Quarteto no CCSP e na quarta Bahia Profunda por Mateus Aleluia na Casa de Francisca e Wally Salomão Dito e Lido no Sesc Pinheiros.
Sábado não tem nada melhor pra quem gosta de dançar do que o Não Existe Festival — só a live do Legowelt já vale. Mas pra quem quiser começar os trabalhos na pista hoje, o “Jazz Is Dead” Adrian Younge é o convidado da Petróleo no Prato do Dia. Amanhã a boa é o funk da dquebradinha no Miúda e, no sábado, tem Se7e Polegadas na Secilians Shop, Dedo no Cue e Gritaria no Tokio, Deslize no Bar Alto, Matilda na Balsa, Mary G e Lys Ventura no Matiz, DJ Nyack no Domo e Nave na D-Edge.
Para quem não tá nem aí pra pista, hoje e amanhã tem mais apresentações de De Hoje Para Amanhã – Von Heute Auf Morgen, ópera cômica de Arnold Schönberg, com libreto de Max Blonda no Municipal. Por lá, na sexta e no sábado a OSM, regida por Myron Michailidis, apresenta Stravinsky e Shostakovich. Já na Sala São Paulo, de hoje a sábado, a Osesp é regida por Thierry Fischer com Stephen Hough novamente ao piano, e o concerto traz Les Offrandes Oubliées - Meditações Sinfônicas do Messiaen, que faz muito sucesso por aqui. Já na quarta, por lá, tem concerto com a Orquestra de Câmara Mozarteum Brasileiro com o violinista Lorenz Nasturica-Herschcowici como solista.
Dois espetáculos levados na Bienal de Dança vem pra São Paulo nesta semana. A performance Clamores, do coreógrafo sírio radicado na França Mithkal Alzghair, terá exibições hoje e amanhã no Sesc 24 de Maio, e The Ecstatic, colaboração entre o americano Jeremy Nedd e sul-africano Impilo Mapantsula, tem sessão hoje no Sesc Vila Mariana. E, no Centro da Terra, hoje e amanhã, Marcela Páez apresenta 2415.
Amanhã, Renato Borghi volta ao Oficina com a estreia de O que Nos Mantém Vivos?, fica em cartaz só até 29 de outubro. No espaço Lab do Aliança Francesa, está em cartaz Dois Perdidos Numa Noite Suja Delivery , atualização do texto de Plínio Marcos, com direção de José Fernando Peixoto de Azevedo. E ainda tem o monólogo Eu de Você, com Denise Fraga, no Tuca.
Vai até domingo a mostra Diops, Duas Gerações de Cinema no CCSP e, na Cinemateca, uma série de filmes incríveis integram a 2ª Mostra SAC: Espetáculo Polêmica Cultura, que vai até 8 de outubro.
Para terminar, artes visuais: abre hoje na Galeria Recorte a primeira individual de Bárbara Scarambone, Amálgama. Já o Instituto Tomie Ohtake e o Itaú Cultural produzem conjuntamente a mostra Ensaios Para o Museu das Origens, ideia original de Mario Pedrosa após o incêndio do MAM Rio, abrigando mais de mil peças. E abre no domingo no Canteiro Walter Walk, uma ode ao corpo do imigrante, individual de Jessica Fertonani Cooke.
Discos
Aleatoriamente, Rodrigo Ogi
Ogi é um dos meus rappers preferidos, tem um flow único, mas mais do que isso, uma temática original, cheia de referências pop, crítica social, crônicas, depressão. A produção é de Kiko Dinucci e tem aquele peso das colagens eletrônicas psicodélicas sem perder o beat. Das melhores coisas que ouvi no ano.
Armoriando, Sergio Raz, Ana de Oliveira (Selo Sesc)
Com Sérgio Raz no viola de 12 cordas e Ana de Oliveira no violino, o duo visita os principais compositores do movimento Armorial, como Antônio Madureira, Clóvis Pereira, Guerra-Peixe e Jarbas Maciel, em leituras próprias, lembrando que Raz fazia parte do Quarteto Romançal de Antônio Madureira, que inclusive enrevistei para Quatro Cinco Um neste mês.
Le Jour et la Nuit du Réel, Colleen (Thrill Jockey Records)
Nos últimos 20 anos, a francesa Cécile Schott tem explorado diferentes territórios composicionais. Neste novo álbum ela parte dos sintetizadores modulares para criar peças complexas, que evoluem em diferentes movimentos, criando uma atmosfera narrativa singular.
Afrofuturistic Dreams, Idris Ackamoor & The Pyramids (Strut Records)
Gravado entre Londres e San Francisco, o novo disco do grupo liderado pelo saxofonista de Chicago, o primeiro de estúdio em três anos, traz a força do afro jazz pelo qual ele é conhecido e incorpora arranjos ambiciosos, com belas inclusões de cordas e coros. Legítimo filho do Ancient to the Future.
Livros
Do Vinil ao Streaming, 60 anos em 60 Discos , Daniel Setti (Autêntica)
Como todo amante de música, tenho uma queda por listas. Setti passeia pelo pop internacional dos anos 1960 a 2010, falando de álbuns, em sua grande maioria clássicos, mas trazendo também algumas surpresas.
Cidade da Vitória, Salman Rushdie (Companhia das Letras)
Para quem gosta de realismo fantástico, o último romance de Rushdie parte do encontro de uma menina de 9 anos com uma deusa no sul da Índia, no século 14. Ela funda a Cidade da Vitória e nos 250 anos subsequentes busca levar a cabo os desejos da deusa de criar, em um mundo patriarcal, uma cidade em que as mulheres tenham igual representação.
Filmes
Marinheiro das Montanhas, Karin Aïnouz (cinemas)
Um filme ultra pessoal de um dos melhores cineastas brasileiros. Karin Aïnouz vai à Argélia em busca de suas origens, principalmente a família do pai ao mesmo tempo em que escreve uma longa carta à sua mãe falecida.
Pérola, Murilo Benício (cinemas)
Aqui é pra quem curte uma estética mais novelesca. Adaptação da peça clássica de Mauro Rasi, que explora a relação mãe e filhos no interior de São Paulo. Melodrama com pitadas de humor, e boa interpretação de Drica Moraes.
Séries
Na Mira do Júri (Prime Video)
Demorei pra ver essa, mas amei. Cruza de reality com pegadinha do Malandro, acompanha um rapaz que tem de ser jurado em um julgamento sobre o qual estão fazendo um documentário. O detalhe é que tudo é ficção, e só ele não sabe.
Sex Education (Netflix)
Quarta e última temporada da série britânica. Ottis e Eric agora se mudam para Cavendish Sixth Form College, mas não vai demorar muito para que a clínica de terapia sexual pirata volte a funcionar, só que desta vez já existe competição.
<3 brigada por recomendar a abertura!