Começa hoje para o público a 34ª edição do Kinoforum, Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo. Um dos trunfos desta edição é apresentar o novo cinema indígena, com destaque para trabalhos de três diretores: Olinda Tupinambá (a foto é de seu filme Preconceito), Priscila Tapajowara e Takumã Kuikuro. Outro autor para ficar atento é o animador argentino Juan Pablo Zaramella, que ganha restrospectiva com 12 filmes. Também recomendo explorar a mostra Limite, com três programas com 14 filmes, inspirados no longa de Mário Peixoto de 1931. O festival vai até 3 de setembro, em diversos locais da cidade como CineSesc, Espaço Itaú de Cinema, Cinemateca, CCSP e MIS, entre outros. Para quem não está na cidade, será possível ver filmes online pelas plataformas Itaú Cultural Play, Porta Curtas, SPCine Play e Sesc Digital.
Para sair de casa
Começo puxando a brasa para a minha sardinha. No sábado acontece a exposição coletiva Quando Eu Estou Ela Ainda Não Está; Quando Ela Está, Eu Já Não Estou, com trabalhos de Daniela J Schiller, Jê Américo e Flavia Renault. A curadoria é de Paula Braga, e eu vou discotecar das 16h às 21h.
Outra coletiva que vale a visita é Bora Lá, com curadoria de Caio Bonifácio, Erica Burini, João Henrique Andrade e Thais Rivitti, e obras de mais de 20 artistas e coletivos. Fica até 24 de setembro no Ateliê 397.
Abrem no sábado as exposições Feelings, individual de Adam Neate, na Choque Cultural, e Pedrinha Miúda, de Rodrigo Bueno, na Galeria Marília Razuk. E vai só até sábado O Outro Lado da Superfície, de Myriam Glatt, na Casa Contemporânea. No IMS vai até janeiro do ano que vem, a mostra Flieg. Tudo que É Sólido, com fotografias do alemão radicado no Brasil Hans Gunter Flieg.
Na terça e na quarta o Coletivo Avuá apresenta Rebenta, dividindo os materiais desenvolvidos em residência artística no Instituto Goethe, que se materializam na pesquisa para dois trabalhos, a exposição Reminiscências e o espetáculo BOI.
No CCBB, segue até quarta a Mostra de Cinema Nórdico. Com ingressos baratinhos, sexta rola uma sessão de Os Esquecidos e outra de O Anjo Exterminador, ambos de Buñuel, e sábado uma de O Vampiro de Düsseldorf, de Fritz Lang, no Cine Bijou.
Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, está em cartaz no CCBB, em montagem do Grupo Oficcina Multimédia, com direção de Ione de Medeiros. E de hoje a sábado, no Teatro Arthur Azevedo, rola a peça Hip-Hop Blues: Espólio das Águas, do NúcleoBartolomeu de Depoimentos. Dica da Gaía Passarelli, a peça Um Picasso, com o Grupo Tapa, é encenada às sextas e sábados no Teatro Paiol Cultural.
Indo para a dança, hoje e amanhã, no Sesc Santana, rola o solo IImalè¿ Inú Ìyágbà, com Adnã Ionara, e, na sexta no Sesc Ipiranga, acontece o espetáculo Sagrado Seja o Caos, com a Dentre Nós Cia de Dança e, de sexta a domingo por lá, tem Só, com a Antônima Cia de Dança.
Eu errei na semana passada: disse que o show do Otto cantando Reginaldo Rossi era quarta e na verdade é hoje. Foi mal. Hoje tem lançamento do novo disco do Garotas Suecas no Sesc Vila Mariana, Camila Lordy no Sesc Pompeia, Zukunft Trio e Gravidade Duo no Porão da Cerveja, Bebé na Casa Rockambole e Terraplana no Bar Alto.
A banda engraçadinha Exclusive os Cabides toca hoje no FFFront Hoje e amanhã no Picles. Hoje e sexta tem Cida Moreira cantando Sergio Sampaio no Itaú Cultural e de hoje a sábado rolam alguns shows paralelos do Oxigênio Fest no Cine Joia.
Na sexta tem Thomas Strønen & Time is a Blind Guide no Sesc Avenida Paulista, Letrux no Sesc Guarulhos, Tássia Reis canta Alcione no Sesc Santo André, Aláfia no Sesc Belenzinho, Tetê Espíndola e Alzira E no Sesc Pinheiros, Mãeana canta João Gilberto no Sesc Pompéia, Curumim no Sesc Pompeia, Rômulo Fróes tocando Barulho Feio na Casa de Francisca e Silvia Machete no Bona
Sexta e sábado tem Caetano Veloso no Espaço Unimed, André Mehmari, Hércules Gomes, Salomão Soares e Tiago Costa no Sesc Belenzinho, Trio Corrente no Jazz B e Cícero na Casa Natura Musical. E, de sexta a domingo, tem Tuyo voz e violão no Sesc Consolação.
No sábado rola pocket show do Rodrigo Campos na Pautá, Suzana Salles & Paulo Padilha na São Paulo Flutuante, Michel Temer Trio na Garagem Beleza, Febem no Sesc Belenzinho, Zudzilla no Sesc Pompeia, fleezus na Casa Natura Musical, Funk Como Le Gusta no Bona, Celsim e João Camarero na Casa de Francisca e Leviatã Elástica com Kadu Tenório, Raiany Sinatra + Rômulo Alexis, Murmur e Matsuhei no Entr3posto.
No sábado e no domingo, Virgínia Rodrigues grava álbum ao vivo no Itaú Cultural, Assucena canta Índia, de Gal Costa, no Sesc 24 de Maio, Zé Geraldo toca com banda no Sesc Santana, Castello Branco faz show no Sesc Ipiranga e Siba e a Fuloresta comemoram seus 20 anos no Sesc Pinheiros
No domingo tem o mítico Grupo Um, com Rodolfo Stroeter no baixo, no Sesc Belenzinho, Chico César no Sesc Bom Retiro, Zé Manoel no CCSP e Banda Black Rio com Carlos Dafé e Tássia Reis no Sesc Ipiranga
Segunda tem o último show da temporada de Sandra Coutinho no Centro da Terra, e na terça, Rubinho Jacobina toca por lá. Terça também tem Débora Gurgel Trio no Sesc Consolação e, na quarta, Bruna Lucchesi com Kiko Dinuccci no Sesc Avenida Paulista.
Para quem é de pista, sexta rola Exótica Dance Club no Cineclube Cortina, 10 anos de Entrópica no Pratododia, Julia Weckelmann na Heavy House, Pista Quente + Domply no N/A e Intensifika 2000 na Casa da Luz.
Já no sábado, tem Virgo's Party Reunion no 4E20, Camaleoa na Balsa, Cauana e Vermelho no Lote, La Disco no Bar Alto, Dedo no Cue & Gritaria na Tokio, Santo Forte no Fabrique e Mira Disco no Alma São Paulo.
Discos
O Disco, Banda Del Rey (Pedra Onze)
Esse disco ressoa em cada fibra romântica do meu corpo (e elas não são poucas), e me emociona em muitas camadas. Primeiro na escolha nada óbvia do repertório Jovem Guarda do rei Roberto Carlos, dando um peso contemporâneo para os arranjos dos anos 1960, com muita pressão. Depois por me levar para os vários shows que vi dessa banda de festa, formada pelo China com o Mombojó. Dá uma felicidade ver um registro digno da energia que a banda tem no palco.
The Omnichord Real Book, Meshell Ndegeocello (Blue Note Records)
Esse não é só um disco de uma cantora excepcional que trafega com classe pelos mais diferentes gêneros da música negra, do R&B ao funk, do jazz ao dub. Esse é um disco de cortar o coração, em que as letras destilam relacionamentos mortos e são embaladas por arranjos precisos, elegantes, com participação de músicos excepcionais, como o guitarrista Jeff Parker ou o vibrafonista Joel Ross. Pode chorar sem culpa
Reset in Dub, Panda Bear, Sonic Boom & Adrian Sherwood (Domino Recording)
Reset, do ano passado era a primeira colaboração entre Panda Bear, do Animal Collective, e Sonic Boom, do Spacemen 3. Já era um encontro psicodélico de gerações. Agora esse discaço fica ainda melhor ao ser reimaginado pela lenda do dub inglês Adrian Sherwood. Uma gota de ácido lisérgico no útero.
Ticket to Fame, Decisive Pink (Fire Records)
Decisive Pink é um duo de Nova York formado por Kate NV e Angel Deradoorian. As duas não só exploram as possibilidades dos synths analógicos como cantam, cada uma interferindo na poesia da outra. O resultado é intrigante, intenso, denso e, ao mesmo tempo, emana uma alma pop. Tô meio apaixonado.
Livros
De Uma Outra Ilha, Ana Martins Marques (Fósforo)
Poema longo da mineira, uma das vozes mais potentes de sua geração. Aqui, usando fragmentos da poesia de Safo, ela evoca passado e presente da Ilha de Lesbos, contrapondo a morada da poeta aos movimentos migratórios contemporâneos, aprofundando um pensamento sobre refugiados.
Coisas que Vi, Ouvi, Aprendi, Giorgio Agamben (Âyiné)
Um dos grandes pensadores da arte abre a paleta neste livro feito de textos curtos, fragmentos e prosa poética para falar do que aprendeu com amigos, livros, lugares, refletindo mais sobre a natureza humana do que sobre sua representação.
Filmes
Retratos Fantasmas, Kleber Mendonça Filho (cinemas)
Natural que um filme que é uma declaração de amor aos cinemas não estreie no streaming. O novo longa do diretor de Bacural é um documentário muito pessoal que mescla a história do centro do Recife a partir da história de seus cinemas ao longo do século 20.
Sem Deixar Rastros, Jan P. Matuszynski (cinemas)
Filme indicado pela Polônia ao Oscar, fala de uma história real em que um jovem é espancado pela polícia em 1983, durante o regime comunista. Uma testemunha luta para que o caso não seja abafado.
Séries
Cancaço Novo (Prime Video)
Produzida pela O2, é uma das séries de ação brasileiras mais eletrizantes. O mais interessante é justamente como consegue tornar mais complexa a história de um bando de assaltantes de bancos a partir de ida de um irmão criado em São Paulo que volta para o nordeste.
Cabeça Quente (Netflix)
Eu tenho curtido algumas séries turcas. Principalmente as que são mais dramáticas. Essa junta uma boa dramaturgia com um dos meus fracos, histórias distópicas. Aqui, depois de oito anos de uma pandemia global, um homem parece ser imune à doença, o que não necessariamente é uma coisa boa.