As festas da firma e aquela desacelerada geral começam a tomar conta de dezembro a partir de agora. De casas de shows a instituições, tudo está desacelerando, parando, pra retornar em janeiro. Em razão disso, decidi mudar um pouco nas próximas edições da Ladrilho, trazendo mais coisas pra curtir dentro de casa do que na rua . Mas ainda tem coisa legal rolando até quarta que vem. Para quem gosta de estar na rua, super indico a coisa mais Vila Buarque do fim de semana: a feira cultural Old Roger, com expositores pra garantir aquele presente sem ir ao shopping, pista de graça na rua das 11h às 21h, mais shows no Jazz B, filmes no Cineclube Cortina.
Para sair de casa
Hoje vou começar pelos clássicos. Na quinta e no sábado acontecem os espetáculos de encerramento da temporada do Theatro São Pedro. E, de hoje a sábado, a Osesp encerra o ano com o Beethoven-fest. Além disso, no sábado, na Unibes, acontece o Candlelight: Tributo a Ludovico Einaudi.
Seguindo na música, hoje rola 131 no Picles, Cao + Norvana + DJ Nat no Entr3posto, Céu no Centro Cultural Olido, Comitê Secreto Subaquático + Hinácio e os Délcios na Porta Maldita, Continental Combo + Ciocat na Garagem Beleza, Deafkids + Felinto —que fez meu show preferido do Música Estranha— na Associação Cultural Cecília, Grande Baile na Casa de Francisca, Joaquim Scandurra & Edgar no Teatro da Rotina, Malvadona no Cine Joia com Grilo + MC Bin Laden + MU540, Seu Jorge nos 30 anos do Bourbon Street e Wry no Bar Alto.
Sexta tem Batucada das Pretas no Miúda, Francisco El Hombre no Cine Joia, Gafi do Amilcar no Bananal, Maestro Spok e Quinteto no Blue Note, Pra Gira Girar na Casa de Francisa e Zeca Pagdinho no Vibra. Sexta e sábado rola Boogarins na Casa Rockambole e o Lugar Sem Nome Festival com Mário del Nunzio, J.-P. Caron, Henrique Iwao, Tunnel, Blasfêmea, Alexandre Torres Porres, Aquiles Guimarães, Seth Zahn, Cerne, Elke Lamers, Red Velvet e Regis.
No sábado tem Fantasma do Cerrado no Garagem Beleza, Feira de Tradições Pretas no Boteco da Dona Tati, com Boloco do Bom Procedê, Zumbabwê e Roda de Samba da Casa, Hate Moss + Tutu Naná + Paspalho na Porta Maldita, Letrux na Casa Natura Musical, Lupe de Lupe no Bar Alto e Preta Batuque, Marcelinho Moreira e Carica Sensação na Casa Barbosa. Já no domingo, rola Festa da Firma no Depois do Fim do Mundo com Batalha, Cadillacs, Caneca Cheia, Hertz Meiazero, Degeneraação e The Edwoods, tem ainda o Sarau do Bananal, com Amarelo & Marina Nemésio, e Yamandu Costa no Blue Note.
Na terça tem Anna Setton no Bona, Test Big Band + Rossato na Associação Cultural Cecília e Theodoro Nagô convida Zé Manoel, Jota Pê e Gabriel Moura no Blue Note. E, na quarta, Nuno Mindelis e Banda no Blue Note e Zeca Veloso no Bona.
Pra quem é de pista e arredores, hoje Carla Boregas leva seus compactos de dub ao Dōmo e Vermelho e Hubert assumem os toca-discos do Matiz. Amanhã rola Badsista & Friends no Miúda, Baile 4am no Cineclube Cortina e Chamego no Mundo Pensante. Sábado tem Camaleoa na Balsa, Deepakz + Akin + Suelen Mesmo no Miúda, DJ Magal no Matiz, Gop Tun DJs no Lote, Heat Wave 15 anos com show do Modulares na Laje, a última Mamba Negra do ano, Nave na The Edge e Pista Quente e Amigs Ltda. no Central 1926. E, domingo, Antes da Meia Noite no Bar Alto, Carol Selecta e DJ Paulão no Matiz e Melted Videos e Na Manteiga Takeover no Lote.
Indo para exposições, na Pina Estação está Eixos, do Jarbas Lopes, com trabalhos inéditos. Duas coletivas incríveis: A Verdade Está no Corpo, no Paço das Artes, e Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira, no CCBB. E, no sábado, acontece o Performar Circuitos, mesclando exposição, exibição de vídeos e performances de artistas como Dudu Tsuda, Sai fetiche, CRACA e Meta Golova.
O caudaloso Viva O Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, estreia como peça de teatro hoje no Sesc 14 Bis, já no Sesc Pinheiros, de hoje a sábado, fica em cartaz Como Se Fosse, do grupo Matula Teatro. Já no domingo, no Sesc Guarulhos, há uma única apresentação de Elogio da Loucura, com Leona Cavalli. E na terça e na quarta, no Cemitério de Automóveis, rola No Banheiro Sujo de um Bar Qualquer, de Marcio Tito.
Vai de hoje a domingo, na Cúpula do Theatro Municipal, o espetáculo de dança Horizonte+, com concepção de Beatriz Sano e Eduardo Fukushim, também de hoje a domingo tem Fênix, com a Clarin Cia de Dança, no Sesc Avenida Paulista, e E Nunca Minhas Mãos Estão Vazias, de Cristian Duarte, na Casa do Povo. E, como é quase Natal, há uma nova versão do clássico O Quebra Nozes feita pela Cisne Negro Cia de Dança no Auditório Ibirapuera.
Hoje, encerrando o ano no Centro da Terra, rola a terceira edição da Mostra Paralaxe. Segue até domingo na Cinemateca Brasileira a mostra Mulheres Pioneiras no Cinema. Já o Belas Artes promove um encontro inusitado no domingo entre o filme Koyaanisqatsi, de Godfrey Reggio, e o disco OK Computer do Radiohead. Já no CineSesc está rolando a tradicional Restrospectiva do Cinema Brasileiro.
Discos
Dynamic Maximum Tension, Darcy James Argue's Secret Society (Nonsuch Records)
É possível atualizar o som das big bands? Essa é a investigação desse grupo 18 músicos liderado pelo compositor americano Darcy James Argue. Esse álbum duplo dialoga com a era de ouro do cinema, ao mesmo tempo em que traz suas inquietações musicais para os nossos dias, com arranjos bem inovadores.
Mordendo a Flor, Hugo dos Santos (YB Music)
Vindo de Teresina, Hugo dos Santos carrega de certa maneira uma poética nordestina mas faz hibridismos interessantes com o rock e a canção brasileira de outras paragens neste álbum, seu segundo disco solo. São canções modernas, com letras bem sacadas, que vão da malícia à ternura.
I DES, King Creosote (Domino Recordings)
A volta do bardo escocês Kenny Anderson à sua persona King Creosote depois de sete anos traz letras afiadas e um folk-rock sujo. Um disco que se abre tanto para experimentações que acaba se dissolvendo em drones na faixa final Drone in B#.
Drift, Gaika (Big Dada)
Gaika não é desses artistas que todo mundo gosta, ele não tem um flow óbvio, não segue as correntes, talvez por isso ele ressoe comigo. Suas histórias vão do amor à política, e são narrativas cinematográficas, pintadas com música e palavras, que partem tanto da cultura hip hop com da música de pista.
Livros
Gelo e Gim, Daniel de Mesquita Benevides (Quelônio)
Crônicas deliciosas que misturam ao s drinks boas histórias sobre a vida cotidiana, mas também as coisas boas dela como cinema, literatura, música.
Brancura, Jon Fosse (Fósforo Editora)
Esse pequeno romance é uma boa oportunidade para se aproximar da obra do ganhador do Nobel em português, e tem uma personagem que trafega entre a realidade e o sonho num encontro consigo mesmo, numa noite sem rumo.
Filmes
A Sociedade da Neve, Juan Antonio Bayona (Cinemas)
Hoje vou indicar duas histórias reais, e trágicas, com avião, essa primeira se passa em 1972 e conta a história dos sobreviventes de um voo que vinha do Uruguai e colide com a cordilheira dos Andes.
O Sequestro do Voo 375, Marcus Baldini (cinemas)
Já o segundo é um filme brasileiro sobre o sequestro do voo da VASP em 1988. No meio do caos econômico do governo Sarney, um homem decide sequestrar um avião para lançá-lo contra o Palácio do Planalto. Bin Laden avant la lettre.
Séries
Fim (Globoplay)
Agora estão disponíveis todos os episódios da série dirigida por Andrucha Waddington, adaptada do livro de Fernanda Torres, que fala de um grupo de amigos cariocas que precisam tocar a vida ao se confrontar com a morte.
Beplaying (Starplus)
Para quem gosta de música eletrônica de pista, essa série de 6 episódios conta um pouco da vida de DJs famosos —e longevos— como Carl Cox e Ritchie Hawtin.